Este é um blogue deslumbrado. Pelas cores, pelas texturas, pelas formas, pelos recortes, pelos pequenos tesouros. Tão deslumbrado que tem uma voz. Pode ser a voz das cores.

28/12/2016

tendências dois mil e dezassete, os castanhos

capa "Salvador Dalí" efeito derrete-pelos-ombros 
(com garantia de tapar só metade, é o estilo) 

grinalda de transparências "Máxima Utilidade" com bolsinhas para as chaves de casa, o batom e a pen de muitos giga onde pode guardar o que quiser!

infiltração em verde: emaranhado de colares "Sete Escravas Confusas", com diamantes dispersos 
(difíceis de apanhar) 

o topo da estação: chapéu "Duende Gelado" excelente para esfriar ideias

a peça mais tudo: teara "Espinhos em Algodão Doce com Topping de Contas de Vidro", mexa tudo sem mexer a cabeça para não se picar (mas é linda)


manhã de vinte e oito de dezembro de dois mil e dezasseis, algures não longe de Miranda do Corvo, no lindo Portugal

27/12/2016

fast gourmet


cortiça au champignon em cama de céu e folha caduca

(tão rápida de preparar, que nem todos têm tempo de se pentear)

26/12/2016

sol de inverno


a estrada é estreita e íngreme, muito estreita e muito íngreme, mas eu paro o carro, claro. o resto foi o telefone esperto e o sol, os dois.

(não fosse acabar o ano e este blogue para aqui todo abandonadinho)

06/11/2016

outono à sombra (e de joelhos)

mas ao sol também - gotas de água a secar em estendal picado (sem molas)

decoração de exteriores ou então parece - em rosa choque para quem quiser

silhuetas dançando na brisa da beira da estrada (sem medo)

 e uma frescura? aqui e ali para matar a sede (de ti)

 pétala de plátano seca e estaladiça (na margem do rio e não está sozinha)

ao microscópio (nano-gotinhas entre a penugem - quase não se veem)

14/08/2016

pequenezas a seiscentos metros


torre com flores tipo pizza

 torres com espinhos tipo gémeas

 torrinhas rosa ornamentais na pedra

e eu? espetada de joaninha com pauzinhos?

fotografias feitas ao pôr do sol a seiscentos metros de uma altitude lusa

04/07/2016

jornal da noite

bem-vindos ao jornal da noite! abrimos a abrir o seu apetite porque abriu a época dos caracóis: estão por toda a parte para os mais apreciadores os apanharem à vontade e ....à chuva

por falar em caracóis, os santos populares já terminaram, mas as festas continuam por essas aldeias fora, é aproveitar e juntar aos caracóis a sardinhaaa!

 e agora as más notícias: depois dos escândalos bancários, há fortes suspeitas de que a nova moda de aplicação de capitais desviados se cose com outras linhas, ou melhor, contas... diamantadas

 e passamos à ciência: o novo observatório celeste, composto por parabólicas da novíssima bio mimética, afinado para o espetro do azul (daí o celeste) será inaugurado em breve, até agora ainda só apanhou.... chuva

 ainda a ciência: os testes do novo fenistil líquido em pétalas florais (deixemos os ratinhos em paz) já deram resultados e várias hastezinhas douradas na ponta, os investigadores estão satisfeitos!

e da ciência mais esta: ninguém percebe como, mas dizem os cientistas que no caso de se precisar cruzar muitas pernas, é assim que se faz 


é claro que falávamos de futebooool e não de ciência!!! (o jornalista pisca o olho): cruzamentos bem feitos de pernas que metem golooooos! é o que vamos ter!!! e ver no próximo dia 6! nas meias-finaiiiis!!! e agora, palmas para a seleção!!!!!


as fotografias foram tiradas a seguir a uma forte chuvada holandesa, portanto nos países baixos, neste fim de semana (de verão)

16/06/2016

um dia ao sol quando junho quis vir

 apanhadas pela manhã no espetro do azul
(ou salada primavera com pedaços de céu, sei lá, isto é lindo)

prédio novo de três andares, acabamentos muito naturais
(apartamentos acolhedores: o tapete felpudo no interior é espontâneo)

- deu-me um trabalhão, mas os arranjos florais ficaram lindos!
(enquanto a cigarra cantava cantava e nada arranjava)

- grande coisa, as minhas flores são bem mais lindas e eu então nem se fala, toda eu muito mais trabalhada!
(que é melhor que trabalhadora)

entretanto, ao entardecer, a clorofila ao contrário
(síntese da foto)

e no fim do dia algodão doce com ervas aromáticas no verde e no castanho
(muito saudável, tem ómega três ou mesmo quatro)

fotografias colhidas a doze de junho numa serra portuguesa mediana mas banhada pelo sol

29/05/2016

não há fome que não dê em fartura (agora intercalados verde e rosa)

 flor de frutos picantes refrescada pela chuva 
(comer só com os olhos se faz favor)

 torre trabalhada com hélice no topo em fundo amarelo
(não sei para que serve mas pode dar jeito)

 família unida verdejante (a conta que deus fez - dá sempre certo)

florzinha com muito rosa e graça nenhuma
(mas coitadinha, chorava tanto)

insistência na forma (e três palavras apenas)

uma

duas

muitas

minas de maio (últimos números)

 mina de diamantes (em bruto, presos por arames)

 mina de ouro (granulado)

 mina de bronze (em lingotes com borbulhas, são purezas)


descoberto nos saldos do último fim de semana de maio, a meio de portugal

25/04/2016

um post esquisito tipo antes e depois

(o fio de telefone que está a cruzar o céu não me deixa mentir nem ao telefone nem de maneira nenhuma)

o antes - às nove horas e dez minutos

e o depois - às onze horas e nove minutos se não estou em erro com os minutos

(mas antes e depois de quê?)

antes e depois de se dissipar todo aquele algodão e serem revelados os geradores eólicos do lado direito muito ao longe.

(e como sabemos que é fio de telefone?)

porque os postes que o sustentam são de madeira, se fosse um fio de eletricidade o poste não podia ser de madeira portanto está certo.

17/04/2016

conversas como as cerejas e fotografias também

 rabanetes (e coentros) não vão à mesa do rei

 à mesa do rei vão as vagens, escaladas e debruadas a fios de prata

fios de prata, de pó ou de cabelos, o espanador melado agarra-tudo no seu lar

no seu lar o novo papel de parede rosinhas-lusas-em-fundo-negro vai ficar a matar

a matar ficará a salva de prata ornamental com botões de rosa no seu natal 

o seu natal ainda longe, aproveite a primavera, estrele um ovo enquanto espera

espera lá que já te digo que andares longe é um castigo
(ao microfone, ouviste?)


fotografias tiradas ontem à natureza de terras serranas a meio do belo portugal, em não mais do que um quilómetro quadrado de área (ligeiramente inclinada)

28/03/2016

horizontal, vertical e diagonal, pena não ser natal (para rimar)

projeto horizontal de escovilhão para biberons lavável à chuva (voltaremos quando for aprovado)

disposição vertical de pastilhas de mentol para dores de garganta biodegradáveis
(desfazem-se na boca após quatro a seis utilizações, muito económicas)

diagonal de peguinhas sem glúten para queijo aos pedaços, morangos inteiros ou, fora das refeições, para coçar as costas a alguém
(ecológicas e fáceis de usar, é só arrancar)

fotografias tiradas a escassos metros do almoço de páscoa, às beiras de lisboa