Este é um blogue deslumbrado. Pelas cores, pelas texturas, pelas formas, pelos recortes, pelos pequenos tesouros. Tão deslumbrado que tem uma voz. Pode ser a voz das cores.

28/11/2015

antes que novembro parta, banqueteamo-nos com ele

no verso de uma folha um poema (molhado)
outono a arder
claras em castelo invertido (do contra)
dói-me o verde (de tão belo)
despenteadas de cabelos ao sol
concerto para piano a seis mãos (porque não me ocorre nada que melhor descreva esta surpresa de sabores)
cogumelos bordados (não fui eu)
bebidas para todos 
(ou bolas de cristal em teia de aranha armada junto ao chão)

Fotografias de hoje, de um deslumbre ocorrido a meio deste Portugal dos pequeninos que afinal são grandes.

22/11/2015

pequeno mundo à beira de uma lusa estrada de novembro

tão cheia de outono sinto-me grande

maminhas ao sol (entusiasmadas)

fruto tropical de sabores sortidos (e do tamanho de um polegar antes de se barbear)

espinha de um peixe muito verde (não sabe nadar)

a joia da família

em pose pedindo boleia

16/11/2015

07/11/2015

ainda dois pedaços de outubro

empate no derby lisboeta

envelhecer em beleza (e provavelmente em poesia)

Portugal (também é isto).

01/11/2015

adeus, outubro

bagas em suspensão (suculentas por fora)

salada verde que a chuva temperou

diagonal em talha prateada

plissado de míscaros abocanhados (deve ter sido um javali)

casa com piscina e pinheiros de natal (no jardim)

diamantes em plano inclinado

Outubro despediu-se assim, no centro de Portugal, por dentro da serra.